*Por Daniel Moreno Meucci, engenheiro da TechGround
Desde o início de sua existência o ser humano é obrigado a lidar com a geração de resíduos provenientes de suas atividades. É fato que, com o crescimento populacional e modernização ao longo dos anos, o volume gerado de resíduos aumenta proporcionalmente e, assim, devem aumentar nossos esforços para uma eficiente gestão deste que é, hoje, um dos grandes problemas da sociedade moderna.
De acordo com o Panorama (2018/2019) apresentado pela Abrelpe, no ano de 2018 foram geradas 216,5 mil toneladas por dia (aproximadamente 1kg por habitante) de resíduos. Desta quantidade diária gerada, 59,5% são destinados a aterros sanitários, um aumento de 2,4% em relação ao ano de 2017.
Em resumo, de 2017 para 2018 houve um aumento na geração de resíduos anual e, também, um aumento na eficiência de coleta e destinação. Fica bastante claro o importante papel que os aterros sanitários desempenham na gestão e destinação final dos resíduos gerados.
Devido sua importância social e o fato de que os resíduos armazenados geram líquidos e gases contaminantes ao meio ambiente, devem ser muito bem projetados, construídos e controlados.
É aí que as geomembranas de polietileno se destacam.
Devido à sua excelente resistência mecânica, compatibilidade química e elevada durabilidade, além da impermeabilização das lagoas para armazenamento do chorume gerado, as geomembranas de polietileno são aplicadas em 2 momentos decisivos na concepção dos aterros sanitários.
O primeiro deles, e mais importante, é na impermeabilização da base da área que receberá os resíduos, onde o uso das geomembranas é obrigatório. Outro momento de aplicação, é no fechamento do aterro sanitário, quando este atinge o final de sua vida útil.
Na etapa de revestimento do fundo, devido à presença das geomembranas, atendemos o principal objetivo de seu uso nestes projetos, que é evitar a contaminação do solo e águas subterrâneas (recursos naturais de valor inestimável), bem como tem-se um direcionamento mais eficiente do chorume gerado para as lagoas de armazenamento, onde será tratado e destinado da forma adequada
Durante esta etapa, podemos identificar, também, alguns benefícios indiretos.
Devido à escolha pelas geomembranas, as emissões de gases de efeito estufa são reduzidas, tanto no transporte do material até a obra, onde a necessidade de viagens é menor, quanto nas movimentações de equipamentos (caminhões e retroescavadeiras, por exemplo) durante sua instalação, facilitada pela praticidade e eficiência na forma de aplicação das geomembranas.
Outro benefício indiretamente gerado ao meio ambiente que é importante citarmos, é a redução na extração de recursos naturais para composição do sistema de impermeabilização que antes era feito com camadas bastante espessas de solo compactado e, atualmente, o uso da geomembrana permite que projetistas especifiquem camadas menores, proporcionando maior volume para armazenamento do lixo.
Quando abordamos a etapa de cobertura do aterro sanitário, seja ela final ou provisória, as geomembranas contribuem diretamente para dois aspectos importantíssimos na gestão do empreendimento.
O primeiro, a captação mais eficiente do biogás gerado, que pode ser reaproveitado na geração de energia elétrica, e o segundo, a redução no volume de chorume gerado, uma vez que evita a infiltração de água de chuva no maciço, que pode ser captada e reutilizada.
As reduções no uso de recursos naturais e na geração de gases de efeito estufa também ocorrem durante o processo de cobertura.
Com base nos benefícios comentados e muitos outros diretos e indiretos que podem ser identificados em análises e discussões mais profundas, é possível entender o importantíssimo papel que as geomembranas de polietileno desempenham na proteção e conservação do meio ambiente, principalmente para tornar mais seguras e sustentáveis atividades essenciais ao nosso dia a dia, como os aterros sanitários.
