*Por Anamélia Hurtado Moura, diretora comercial do Estik film
Em meados de 1975, Borás, uma pequena cidade sueca, era como a maioria das outras, reciclava em média apenas 38% de todo o resíduo sólido. Porém, o município se viu obrigado a estabelecer leis de logística reversa que contribuíssem para reverter esse quadro uma vez que, espaço e energia eram grandes problemas na gestão.
As empresas foram submetidas à uma política de coleta de seus produtos e consequentemente à destinação e/ou reciclagem dos mesmos.
A população teve que aprender e introduzir em sua rotina a separação do lixo. Os orgânicos em sacos plásticos pretos e os demais em sacos brancos, doados pela própria concessionária que recolhe os resíduos.
E deu certo!
As 200 toneladas de resíduos coletados diariamente são destinadas a centros de triagem automatizados. A partir daí, apenas 1% do total vai para aterros e os outros 99% são reutilizados, reciclados ou transformados em vapor (resíduos inflamáveis), biogás (resíduo orgânico) e biofertilizantes (chorume).
O vapor ocasionado pela queima dessa biomassa é o grande responsável por mover turbinas que geram eletricidade para toda a cidade. E apesar do país possuir 32 usinas, conhecidas como Waste to Energy (WTE), ainda importa 800 mil toneladas de resíduos dos países vizinhos para complementar a demanda necessária na produção de energia. O resultado é uma economia de 50% nas contas de luz, e até 20% nos transportes.
Como se não bastasse, nos supermercados da cidade, foram instalados postos de recolhimento de garrafas vazias que em troca geram dinheiro ou desconto nas compras.
Apesar do processo da queima não ser completamente limpo, em decorrência da emissão de gases, ainda possui um impacto muito pequeno. A produção de energia por biomassa faz com que deixem de consumir aproximadamente 670 mil toneladas de petróleo e outros combustíveis fósseis.
Mas não para por aí! A cidade tem como meta para 2020 a erradicação de resíduos enviados a aterros e quer um tratamento de 100%.
Percebemos que a aliança entre o setor público e o privado gera incontáveis benefícios à população e promove a garantia de um meio ambiente limpo.
O Brasil tem muito o que avançar em sustentabilidade, e cabe a todos nós unirmos esforços para transformar esse cenário. Setor público e privado, indústrias, associações e a população, trabalhando juntos para mudar hábitos e salvar nossos ecossistemas.
Até a próxima!
*Fontes: Ciclo Vivo / Akatu / G1